Original em: http://www.medicaldaily.com/why-swallowing-pills-so-hard-some-people-257741

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VIDA SAUDÁVEL

Por que engolir comprimidos é tão difícil para algumas pessoas? – Chris Weller

Engolir comprimidos não é um problema apenas para as crianças; adultos também enfrentam frequentemente a mesma barreira psicológica.

Trate-se de uma delicada aspirina para bebês ou um robusto comprimido para cavalos, tentar engolir qualquer objeto sem mastigar pode ser uma experiência frustrante. Nossos corpos são naturalmente programados para quebrar algo antes de ingerir, e a ingestão de qualquer objeto sólido – e com gosto de “doença” – tende a tornar o tratamento algo mais difícil. Mas engolir comprimidos não é algo que tenha tantos efeitos colaterais.

BLOQUEIO MENTAL OU DISFUNÇÃO FÍSICA?

O problema em engolir comprimidos gira, na maior parte das vezes, em torno de sentimentos de imaturidade. Apresentar ânsia de vômito ou chorar pode ser algo involuntário, mas é a reação que muitos teriam mediante um objeto do tamanho de uma balinha de menta. Stephen Cassivi, um cirurgião toráxico da Clínica Mayo, afirma que seus pacientes enfrentam isso frequentemente.

“As pessoas que possuem dificuldade para engolir, a chamada disfagia, podem ter problemas para ingerir comprimidos, mas isso é geralmente o reflexo de outros problemas como derrame, cirurgias ou refluxo gastroexofágico”, contou ao Wall Street Journal. A maior parte das pessoas possui apenas uma barreira psicológica, que poderia ser facilmente se não fosse dada tanta importância ao fato de engolir comprimidos.

Normalmente, a maior dificuldade reside no medo de enjoar. Pessoas que apresentam esse tipo de dificuldade podem ter tido algum episódio traumático em que algum comprimido haja deslizado muito inclinado por trás da língua antes de cair no esôfago, então têm medo de que isso ocorra novamente. Para superar esse medo é necessário um esforço em relaxar os músculos da garganta, conta Cassivi. “Possuímos uma habilidade inconsciente para constatar que alimento é úmido e mastigável o suficiente para descer para a garganta”, acrescentou, apontando uma dificuldade enfrentada por muitos. Morder um pedaço grande de alimento e engoli-lo não é um problema para a maior parte das pessoas – ou ao menos não lhes causa nenhum tipo de fobia. Alguns alimentos como iogurte ou molho de maçã não precisam ser mastigados. A textura mais maleável de alguns comprimidos – cápsulas de gel são mais fáceis de engolir, segundo Cassivi – cria uma desconexão entre corpo e mente, já que o cérebro entende que o comprimido não é um alimento, mas o aceita como um.

A EXPLICAÇÃO DO PROCESSO DE ENGOLIR

Cassivi aponta que há três estágios para o processo para engolir algo: oral, faringeal e esofageal. A fase oral envolve o ato de molhar o alimento e mastigá-lo para engolir. A fase faringeal inclui o fechamento da laringe, o que previne que a comida percorra a traqueia. Por fim, a fase traqueal empurra a comida pelo esôfago para alcançar a digestão. Os problemas costumam ocorrer na fase oral, que é o único estágio controlado pelo ato de engolir o comprimido.

Visto que são necessários cerca de 50 pares de músculos e nervos apenas para ingerir um pequeno comprimido, as dificuldades para engolir podem surgir por conta de alguns fatores. A disfagia, uma dificuldade severa em levar o alimento da boca à garganta, pode ser causada por desordens neurológicas (esclerose múltipla, Parkinson), danos neurológicos (por um derrame ou lesão na medula espinhal), divertículo faringeal (uma pequena bolsa que se forma na garganta e coleta partículas de comida obstrutivas) ou câncer.

Em muitos casos, essas sérias complicações não explicam a razão por que algumas pessoas não suportam que uma pequena aspirina desça por suas gargantas.

“Embora pareça que você tem uma grande vontade de vomitar ou algo esquisito na garganta, lembre-se de que isso pode estar na sua cabeça e não na garganta”, escreveu Alice do Go Ask Alice, do serviço de saúde da Universidade de Columbia. “Tente dizer a si mesmo o mantra ‘Eu consigo engolir isso. Estou sentindo o comprimido descer.'”

Aqueles que passam maus bocados com os comprimidos devem também sentar-se de forma ereta para engoli-los, para assegurar-se de que seu caminho não seja tortuoso. Cassidi sugere que olhar para o lado também pode ajudar, já que o esfíncter esofageal abre-se mais nessa posição. O que ele e outros especialistas advertem é que – embora pareça o caminho mais fácil – não se deve partir de modo algum o medicamento em pedaços menores.

“Um comprimido inteiro possui camadas para descer na velocidade correta”, contou ao Wall Street Journal. “Se você mastiga, dissolve ou o desfaz de algum modo, acaba não ingerindo a medicação como deveria.”

O SEGREDO DO SUCESSO

Enganar o corpo, ou ao menos prepará-lo quando os riscos são baixos, também tem apresentado bons resultados. Cassivi partia balas de goma para ajudar seus filhos a praticar. Então, quando chegou o momento de engolir um comprimido, a boca e a garganta das crianças já estavam acostumados a engolir um objeto sólido. Se ainda assim houver problemas, tente esconder o comprimido em um pouco de suco de maçã ou iogurte – algo para disfarçar a textura ou o sabor do medicamento.

Cassive adverte que comprimidos descerem pelo “tubo errado” é muito raro. As cordas vocais e a epiglote servem para controlar o fechamento temporário da saída de ar e evitar o que chamamos de aspiração”, afirma.

“A não ser que seu tubo esteja fechado devido a desordens nervosas ou musculares”, ele acrescenta, “não há nada com que se preocupar.”

Para muitos, para superar o medo de tomar comprimidos – assim como o ato em si – necessita alguns estágios. Primeiro, os comprimidos precisam ser pequenos. Podem ser colocados dentro de algum alimento. Depois, eles podem ser ingeridos em grande quantidade de água, assegurando que não sejam sentidos quando engolidos. Por fim, tomá-los normalmente, com um mínimo de água e, após engolir o comprimido, notar que ele e o medo de ingeri-lo se foi.

“Com o tempo nos damos conta de que é isso o que precisamos fazer”, disse Cassidi ao Wall Street Journal, “e acaba sendo como andar de bicicleta.”

 

(In English)

HEALTHY LIVING
Why Is Swallowing Pills So Hard For Some People?
Sep 24, 2013 10:25 AM By Chris Weller
Swallowing pills isn’t only a problem for children; adults who can’t keep them down often face the same psychological barriers. JLA Kliche, CC BY-NC-SA 2.0
Whether it’s a dainty baby aspirin or a bulky horse pill, trying to swallow an object without chewing can make for a frustrating experience. The body naturally wants to break something down before it ingests it, so introducing a solid, not to mention ill-tasting, object has the tendency to make medicating more difficult. But swallowing pills doesn’t have to come with such side effects.

MENTAL BLOCK OR PHYSICAL DYSFUNCTION?
The problem of swallowing pills is compounded, in many cases, by feelings of immaturity. The resulting gagging or crying may be involuntary, but it’s hardly the reaction that many people would like to produce when facing an object the size of a breath mint. Stephen Cassivi, a thoracic surgeon at Mayo Clinic, says that his patients face the problem constantly.

“People who have underlying swallowing difficulties, called dysphagia, may have trouble swallowing pills, but that is generally the result of other problems, such as stroke or surgery or gastroesophageal reflux,” he told the Wall Street Journal. The majority of people simply face mental barrier, which they could easily overcome if taking pills weren’t made into a grand performance.

Often, the greatest difficulties come from a fear of gagging. People may have had a particularly traumatizing episode where the pill slid too far back on the tongue without actually falling down the esophagus, so now they relive that moment on each future occasion. Overcoming that fear is a matter of concentrating effort on relaxing the muscles of the throat, Cassivi says.”We have an unconscious ability to know when food is moistened and masticated enough to be delivered to the back of the throat,” he added, highlighting a complication that many people face. Gnawing off a large bite of food and swallowing it nearly whole is, for most people, not a worry — or at least not a trigger for the fear response. Some foods, like yogurt or applesauce, require no chewing at all. The chalky texture of many pills — gel capsules are generally easier to swallow, Cassivi says — creates a disconnect between the body and mind, as the brain realizes the pill isn’t food but is asked to treat it that way.

SWALLOWING, EXPLAINED

Cassivi notes that there are three stages to swallowing: oral, pharyngeal, and esophageal. The oral phase involves wetting the food and chewing it in preparation for swallowing. The pharyngeal phase includes closing the larynx, which prevents food from traveling down your windpipe. Finally, the esophageal phase pushes the food through the esophagus in order to reach the stomach for digestion. Problems most commonly arise in the oral phase, as it is the only stage of the process controlled by the pill swallower.

Given that it takes about 50 pairs of muscles and nerves just to swallow a tiny pill, difficulties swallowing can arise from a number of factors. Dysphagia, a severe difficulty moving food from the mouth to the throat, can stem from neurological disorders (multiple sclerosis, Parkinson’s disease), neurological damage (from a stroke or spinal cord injury), pharyngeal diverticula (a small pouch that forms in the throat and collects obstructive food particles), or cancer.

In many cases, these serious complications won’t explain why people can’t withstand the foreign feeling of a baby aspirin falling down their throat.

“While it may seem as if you have an extraordinarily strong gag reflex or odd throat mannerisms, consider that it may actually be the power of your mind, not the power of your throat,” writes Alice of Go Ask Alice, Columbia University’s health Q&A service. “Try to psych yourself out with this pill swallowing mantra — ‘I can swallow this. I can see the pill going down.’”

People who have a hard time with pills should also stand or sit upright while taking it, ensuring the pill’s path won’t be a crooked one. Looking to the side may also be helpful, as Cassivi suggests the esophageal sphincter opens up more in that position. What he, and other experts, caution people against — despite its attractiveness — is cutting pills down to more manageable sizes.

“An extended-release pill has layers to delay the release,” he told the Wall Street Journal. “If you chew, dissolve or cut it, you’re not delivering the medication as it was intended.”

LEADING UP TO SUCCESS

Tricking the body, or at least preparing it when the stakes are low, has also seen success. In his own children, Cassivi has cut up gummy bears for them to practice on. When the time came for them to swallow a real pill, their mouth and throat were already accustomed to swallowing a solid object. If this still presents a problem, consider stashing the pill covertly in some applesauce or yogurt — anything to mitigate the pill’s texture or taste.

Cassivi reassures people that pills travelling down the “wrong pipe” are very uncommon. “The vocal cords and epiglottis serve a purpose in coordinating the temporary closing off of the airway and avoiding what we call aspirating,” he says.

“Unless your wiring is off due to nerve or muscle disorders,” he added, “it’s not a concern.”

For many people, overcoming the fear of taking pills — like the act itself — comes in stages. First, the pills start out small. Perhaps they’re lodged in easily ingestible food. Next, they’re taken with disproportionately large gulps of water, rendering them unnoticed as they go down the hatch. Finally, they’re taken on their own, with minimal water, and before the pill swallower has noticed it, both the pill, and the fear of taking it, have vanished.

“Over time we realize that it’s what we need to do,” Cassivi told the Wall Street Journal, “and it becomes like riding a bike.”

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